1968

Nesta foto, Papai – Nilo Tavares – e minha irmã mais nova – Inês Tavares – em Campina Grande. O ano é 1968. Pedi à própria Inês que fizesse o relato da ocasião.

O relato de Inês:

“Eu e meu pai Nilo Tavares. O ano era 1968, campanha para prefeito de Campina Grande, comício de Ronaldo Cunha Lima, que polarizava a disputa com “Seu” Cabral.

Meu pai Nilo Tavares, que era candidato a vereador, sempre me levava nos comícios. Ele escrevia uns discursos lindos que eu lia bem direitinho no palanque. No final sempre tinha a frase “e para vereador, vote em Nilo Tavares”.

Na época eu tinha 9 anos, então fui virando uma atração nos comícios.

Certo dia, eu fui com uma tia assistir um desses comícios de Ronaldo. Alguém me reconheceu no meio do povo como a menina que faz os discursos, e perguntaram se eu ia falar naquele dia.

Eu fiquei tão apavorada que me chamassem para falar, pois evidentemente só sabia ler os discursos que papai escrevia, que pedi a minha tia para ir embora.

Pois é, Ronaldo foi eleito, só governou 2 meses, foi cassado pelo AI-5 e tudo foi ficando mais tenebroso na história desse país.”

 

 

 

1982

Fui à Bahia passar uns dias com Inês, minha irmã. Ela morava com o marido Gerald e tinham uma casa na “Ladeira da Baronesa” ou “ Escada da Baronesa”, no Tororó.

Dividiam a casa com outro casal e só tinham um prato! Inês comia no prato e Gerald na própria panela. Quando eu cheguei, Inês me cedeu o prato e passou a comer na tampa da panela.

Eram assim as coisas naquele tempo.

Com Arly Arnaud (Lili), minha cunhada, que morava na mesma rua.